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Já Sentiste em algum momento "não aguento mais"?

Atualizado: 18 de mai. de 2022

Em muitas das sessões que proporciono e em conversas com pessoas que me cruzo, tenho testemunhado a exaustão que sentem decorrente do estilo de vida, que de uma forma automática se lhes impõem sem observar para além, outros caminhos....


Estes dias tive conversas que me levaram a ir dentro e fazer perguntas sobre a tendência natural do Homem e da Mulher de mergulhar mais fundo e ir mais longe.

Esta tendência é a faísca que acende o fogo da transformação e que nos mantém em movimento para dentro, no sentido de irmos mais profundamente em nós mesmos e alcançar aquilo que sinto ser o nosso propósito…

…encontrar Deus em nós, no nosso coração, a presença EU SOU, o Santo Graal..


Isso é completamente diferente da sensação de inquietação, de querer sempre mais. A sociedade, o sistema que alimentamos também ela nos está a alimentar na direção de querer mais e mais, de estar sempre inquietos, desconectados, infelizes, descontentes, buscando no exterior...


Os insights que tive hoje mostraram-me que as muitas sementes que despoletam esta forma de viver corrida, de busca que não termina, de uma sensação de que algo falta e de que é preciso ir atrás de algo mais, são semeadas e enraizadas no inconsciente nos primeiros anos de vida.

E muito tem a ver com o percurso escolar que cada vez se inicia mais cedo. Somos treinados ao longo de doze anos de escola para nos preocuparmos com o próximo passo nas nossas vidas. Este é um sistema de ensino, cujo modelo surgiu na revolução industrial servindo a produção maximizada a cada instante, em série e de partes iguais. E serviu vivamente a época em que foi criada, mas desapropriado para a atualidade que pede o retomar ao coração, ao centro, à expressão do potencial da alma que precisa de espaço para se revelar e expressar criativamente no mundo. Para isso é preciso que o caminho seja, livre ao máximo de obstáculos que podem ser introduzidos a partir dos e sistemas de crenças dos adultos.


Enquanto bebês precisamos de uma forma simples e natural de comer, dormir e do colinho da mãe.

Então os adultos ficam preocupados com o excesso de amamentação, com o excesso de colo, de mimo e de cuidado, com o dormir demais e não comer.

Inicia-se assim tão cedo o corte com a abundância, e a crença que a vida é escassa….


A Vida é naturalmente abundante,

A Mãe Terra é esplendidamente abundante,


Mas, enquanto crianças em idade pré-escolar queremos brincar o tempo todo.

Então os adultos ficam preocupados com a primeira classe e começam a preparar-nos para que soframos menos no futuro. Passamos a brincar menos e obstruímos o desenvolvimento motor, da curiosidade e resiliência.



Ainda enquanto crianças, já na primária ansiamos por continuar a brincar.

Então os adultos ficam preocupados com o exame da quarta classe e começam mais uma vez a preparar-nos.

Nessa idade a nossa criatividade estava no auge, mas não havia tempo nem oportunidades para além de pintar desenhos feitos por alguém e seguir ensinamentos. As profissões nesta altura são-nos apresentadas de forma estática e rígida em termos conceptuais, deixando de lado possibilidades únicas, enriquecedoras do futuro, por não serem fontes de entendimento e alimento.


Aos dez anos, começamos a pensar que, talvez ao seguir de forma natural a nossa curiosidade e expressar a nossa criatividade não nos permite viver neste mundo…

..…começamos a não acreditar em nós mesmos e a perder-nos do nosso EU.


Os conceitos de escassez começam a enraizar-se....

.... "como assim? Eu faço o que me faz feliz e posso passar fome?"


E então iniciamos mais uma fase de estudo com o quinto ano.

Então os adultos estão preocupados com o nono ano e o ingresso ao secundário daí a cinco anos e começam a prepara-nos.


Aos quatorze anos, estamos preocupados se a escolha da área que fizemos foi acertada pois definirá permanentemente a nossa vida.

Aos dezasseis estamos preocupados com o ingresso à universidade,

Aos vinte e dois com o início da carreira profissional….